História
O surgimento da ideia
Marciano Bernardo Teixeira nasceu em uma família de agricultores no sertão baiano. Na idade de 23 anos, em 1985, após assistir um documentário sobre a difícil situação da Etiópia, sentiu-se fortemente motivado a viajar para lá para ajudar as pessoas menos favorecidas daquele país e também de outras localidades. O documentário mostrava a grande fome que reinava no continente africano. Nele apareciam pessoas esqueléticas sem ter o que comer, corpos aos montes sendo enterrados em covas gigantes e mães amamentando seus filhos com as últimas gotas de leite que seu corpo produzia. Era, e ainda hoje é, espantoso e revoltante: por que pessoas morrem de fome se já existem tantos recursos no mundo?
O tempo da capacitação
Um ano depois de assistir aquele documentário, Marciano tinha se formado como missionário, sendo enviado por dois anos para as regiões amazônicas. Depois disso, atuou no Peru, Caribe, República Dominicana, Jamaica e México. Finalmente, teve o primeiro contato com a Etiópia em 1989. Conseguiu permanecer no país pouco tempo e retornou ao Brasil, onde trabalhou em projetos de ajuda às crianças de rua e aos órfãos durante 6 meses. Após isso, viajou para o Havaí para participar de um curso de desenvolvimento comunitário, onde conheceu sua futura esposa Christina, uma missionária suíça que havia trabalhado no Quênia e em Togo. Depois desse curso, Marciano trabalhou com refugiados africanos na Alemanha e na Hungria, bem como com comunidades ciganas na Romênia, antes de conseguir retornar à Etiópia em 1991, onde passou a conhecer melhor a realidade social do país.
Os inícios
Marciano e Cristina se casaram em 1993 e passaram a estudar os idiomas próprios da região norte da Etiópia. Após trabalharem em um orfanato da região norte etíope, conheciam a abundância de crianças que precisavam de ajuda e o casal sentia a necessidade de ajudar e melhorar a vida de mais crianças. Marciano muitas vezes não concordava com o conceito de orfanato e Christina se confrontava diariamente com a pobreza das crianças de rua, que vinham pedir esmolas à sua janela, ou as que ela encontrava no lixão procurando comida. Eles começaram a cuidar dessas crianças dando-lhes comida, encontrando roupas novas para elas, lavando-as, cortando seus cabelos etc. O que começou ajudando um punhado de crianças em casa, cresceu e cresceu até que em 2000 a Operação Resgate (ORE) foi fundada na Etiópia.
O crescimento do projeto
O governo etíope reconheceu o projeto de assistência à infância em 2001. Hoje, o projeto, situado em Mekelle, nordeste da Etiópia, tem 500 crianças. Outros dois centros de projeto com quase 200 crianças foram abertos em Adigrat e Adwa, cidades ao norte de Mekelle, na região fronteiriça da Eritreia.
Os Texeiras tinham o desejo de que o projeto fosse liderado por um etíope algum dia, e queriam que fosse um projeto etíope em vez de algum tipo de centro suíço no meio da Etiópia. Claro que há sinais de influência ocidental ou de sociedades que atingiram um grado maior de industrialização, como a elevação do padrão de higiene, escritório de segurança, etc. Em 2003, Getachew tornou-se gerente da Operação Resgate Etiópia. Ele e sua equipe continuam a executar o projeto, que agora está em seu vigésimo segundo ano. Marciano Teixeira continua a apoiar o trabalho e visita o centro de atividades regularmente.
Em 2004 foi fundada a organização de caridade “ORE Switzerland”. Seus membros são voluntários que administram esquemas de patrocínio, finanças e captação de recursos. Em 2005, a família Teixeira mudou-se para o Brasil, país de origem de Marciano. Três anos depois eles fundaram a Operação Resgate Brasil e abriram um novo projeto em Patos/Paraíba em agosto de 2008, atendendo agora 300 crianças. Christina e Marciano voltaram para a Suíça em 2011 e agora um membro da equipe brasileira tornou-se gerente do projeto inicial do Brasil e já temos outro centro de atividades também em Americana/São Paulo.
A finais de 2021 começou a construção do nosso centro de operações no Moçambique.
Marciano e Christina Teixeira seguem ativos como coordenadores gerais do projeto a nível mundial e visitam todos os anos os centros de atividades, orientando os líderes e gestores locais para que haja crescimento e mantenha-se o padrão de qualidade desejado. Nossa meta de impacto sempre aumenta e é atingida, graças à cooperação e apoio de todos.