Existe uma frase que ecoa fortemente em nossos pensamentos: a cabeça pensa onde os pés pisam. Por si só, a frase pode ser conclusiva, sem deixar brechas para interpretações variadas. Quando vivemos uma realidade, pensamos nesta realidade e compreendemos o que de bom há nesta realidade.
Quando nós, Organização Social, nos colocamos para atuar de forma integrada com as famílias, comunidade e território, conseguimos perceber nossa primeira tarefa: nossos muros não podem localizar nossa atuação, bem como não podem ser o que nos limita. Só se ajuda, mutuamente, algo, quando se conhece e se convive com esse algo. E para nós, a regra não é diferente: se temos como objetivo transformar a realidade local e potencializar transformações que superem nosso território, precisamos fazer parte, integralmente, desse território.
Desde nossa origem a conversa porta a porta, os cafés na casa dos vizinhos e as reuniões de bairro sempre fizeram parte da realidade. Uma vez que a comunidade se sente abraçada por nós, ela se sente parte de uma Organização. Para que as famílias sintam confiança em trazer as suas crianças para nossa instalação, elas precisam sentir confiança em nós, que construímos o corpo docente, o corpo administrativo, o corpo voluntário. E assim como é tradição do povo brasileiro, nossa iniciativa central foi a de construir uma rotina de visitação aos lares.
Em nossas visitas, conversamos sobre a realidade dos lares da comunidade, o que falta (tanto de alimentação quanto de bens e serviços), conversamos sobre como estão as crianças (sobre a rotina e desempenho escolar), sobre trabalho e renda, compartilhamos nossas agendas coletivas na Organização, entre outros.
Em cada rua que entramos, somos bem recebidos: isso é o comportamento acolhedor do povo brasileiro. E tiramos uma grande lição a cada caminhada, a de que ajudar não é de quem tem para quem não tem, todos ganhamos. Ganhamos abraços, sorrisos, orações e bons cafés e histórias!
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