
O mês de setembro é marcado pela cor amarela e nomeado mundialmente como “Setembro Amarelo”. O mês ficou conhecido dessa forma devido ao suicídio cometido por um adolescente de 17 anos, nos Estados Unidos, no ano de 1994. Os pais de Mike, em seu velório, distribuíram cartões amarrados em fitas amarelas para todos que estavam ali, com conteúdo voltado ao apoio às pessoas que estivessem enfrentando problemas psicológicos / emocionais.
O setembro ficou marcado como o mês de conscientização e prevenção ao suicídio. No Brasil, a campanha foi adotada em 2015 “pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)”, conforme o Guia do Estudante. A partir dessa adoção, os estados, as organizações do terceiro setor e outras entidades civis passaram a integrar nos seus respectivos programas, a campanha como algo de caráter central.
Em nossa Organização, o mês é pensado de maneira cuidadosa e seguindo o que é orientado pelos conselhos de saúde. Priorizamos os debates, os afetos, o entendimento das emoções e o respeito mútuo. Durante esse mês de setembro, nós, Operação Resgate, realizamos em nossa instalação atividades como: tarefas lúdicas, rodas de conversa, construção de cartazes sobre conscientização da vida e palestras com psicóloga. Esses momentos foram pensados para estimular a fala entre os educandos, para incentivar o pensamento sobre o auto cuidado e o cuidado coletivo, bem como instruir sobre a partir do acesso a informações sobre como identificar as emoções e quais são as formas de procurar ajuda.
A fala é um dos principais instrumentos de prevenção ao suicido. Quando nossas crianças compreendem que tem direito a voz e que podem pedir ajuda, abre-se uma janela para o acolhimento. Para nós, discutir emoções, afetos e sentimentos não pode ser compreendido como tabu mas sim como peças fundamentais para a conscientização sobre a vida.
De acordo com a CVV, as principais causas para o ato de suicídio estão vinculadas a transtorno psicológicos. A pandemia agravou esses transtornos psicológicos na população em geral e a esse agravamento decorrente da crise sanitária foi dado o nome de “quarta onda”. Para crianças e adolescentes, o agravamento foi exponencial. De acordo com pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), uma a cada 4 crianças e adolescentes passou a apresentar sinais de ansiedade e depressão durante esse período pandêmico. De acordo com o psiquiatra Guilherme Polanczyk, “o suicídio é em alguns países a segunda, e em outros, a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos”.
Para enfrentar esse problema, precisamos construir cotidianamente uma rede de informação e de apoio entre família, escola e Organização que dê conta dos cuidados e do acompanhamento das crianças. Se colocamos no centro de nossas atenções discussões em torno da prevenção ao suicídio, o assunto passa a ser um tema importante de ser debatido, compreendido e respeitado. Reduzir o medo sobre a conversa relacionada à saúde psicológica/mental proporciona abertura para a busca por ajuda. Tornar comum essa reflexão, fornecer informações corretas sobre autocuidado, sobre os profissionais competentes para cada tipo de situação evita o agravamento e acontecimento do ato suicida.
Educar nossas crianças a respeito desses e de outros assuntos abre caminhos para um acompanhamento mais seguro e preventivo. Construir um ambiente saudável para que nossas crianças e adolescentes troquem afetos e cuidem de si e dos demais torna pedagógico o
debate sobre saúde e evita o surgimento e o agravamento de transtornos psicológicos. Nos afirmamos no compromisso de conscientizar nossas famílias, nossas crianças e adolescentes para que possamos cuidar da vida de todos!

Se você estiver com problemas sérios relacionados a saúde psicológica, busque ajuda com profissionais especializados. O CVV fornece apoio de forma voluntária, rápida, gratuita e sigilosa. Acesse: cvv.org.br ou ligue: 188.
Fontes: Agência Câmara de Notícias Centro de Valorização da Vida (CVV) Guia do Estudante
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